Expectativas sobem, mas desempenho cai na indústria em junho: demanda fraca, carga tributária e juros altos ainda são problemas

Segundo a Sondagem Industrial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no 2º trimestre de 2023, os empresários industriais relataram que a demanda interna insuficiente, a alta carga tributária e as taxas de juros elevadas foram os principais obstáculos enfrentados no período. Comparado ao 1º trimestre, a falta de demanda interna e as altas taxas de juros receberam mais assinalações, afetando negativamente o desempenho da indústria.

De acordo com a economista Paula Verlangeiro, esses problemas explicam o desempenho inferior da indústria em junho de 2023 em comparação com o mês anterior. Nesse mês, o emprego industrial sofreu uma queda pelo nono mês consecutivo, e a produção registrou uma diminuição de 5,3 pontos, cruzando a linha que indica queda na produção. O índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos representam uma queda.

Além disso, o percentual de empresários que se queixam da falta ou do alto custo da mão-de-obra qualificada e da competição desleal aumentou entre o 1º e o 2º trimestre de 2023.

Por outro lado, o preço das matérias-primas registrou uma queda de 6,4 pontos, alcançando 49,5 pontos, o que indica uma redução nos preços desses materiais. Essa foi a primeira vez que o indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos na série histórica.

A utilização da capacidade instalada se manteve estável em junho, ficando em 69%. Entretanto, ao comparar com anos anteriores, esse foi o menor percentual para o mês nos últimos três anos.

Os estoques apresentaram crescimento em junho, com o índice de evolução do nível de estoques em 51,3 pontos, indicando aumento em relação ao mês anterior. Além disso, o índice de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou, atingindo 52,6 pontos, demonstrando um maior acúmulo de estoques nesse período.

Por fim, as expectativas para julho de 2023 se mostraram otimistas. Todos os índices de expectativas subiram e ficaram acima dos 50 pontos, indicando maior otimismo dos empresários para os próximos seis meses. O índice de intenção de investimento se manteve estável em 54,1 pontos, acima da média histórica de 51,5 pontos, revelando confiança na continuidade dos investimentos na indústria.

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( * ) Com informações da CNI