Vendas no varejo de móveis e colchões apresentam alta no segundo semestre

O segundo semestre de 2023 começou com uma alta de 8,2% nas vendas de móveis e colchões no varejo nacional. A evolução ocorreu na passagem de junho para julho, quando foram comercializadas 28,8 milhões de peças

O resultado reverte a queda do mês anterior e minimiza o recuo acumulado no ano, que de janeiro a julho ficou em -7,2%, e nos últimos 12 meses até julho foi de -10,5%.

Houve aumento também na receita obtida em julho de 2023. Em termos de valores, as vendas de móveis e colchões no varejo totalizaram R$ 9,2 bilhões no sétimo mês do ano, representando um avanço de 8,3% em relação a junho. 

Ao considerar o período de janeiro a julho, contudo, o avanço no faturamento da categoria é mais modesto, atingindo +0,4% em comparação com o mesmo período de 2022. Nesse aspecto, os resultados obtidos na variação dos últimos 12 meses nos ajuda a observar de uma forma geral um retorno progressivo à estabilidade em termos de receita, que foi de -0,4% até junho para -0,2% até julho.

Em contrapartida, uma análise adicional revela que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), registrou um aumento de 0,60% no mês de julho, crescendo novamente em agosto (+0,32%), chegando à média de R$ 285,00 por peça.

No acumulado de 2023, a inflação no setor atingiu 3,72%. Nos últimos 12 meses até agosto, a taxa de inflação ficou em 7,24%.

Quanto aos colchões, o preço médio no varejo atingiu R$ 563,38 por peça em julho de 2023, refletindo uma queda de 1,54% em relação ao mês anterior. Em agosto de 2023, o preço médio dos colchões no varejo foi de R$ 549,19, representando uma queda ainda mais acentuada de 2,52% em comparação com julho de 2023.

Análise e perspectivas para o varejo de móveis e colchões

Chegando a última metade do ano, portanto, é imprescindível reforçar que apesar do aumento nas vendas em julho, o varejo de móveis e colchões ainda enfrenta desafios significativos. A queda nas vendas ao longo de 2023 e a inflação que ainda incomoda no setor são problemas que continuam dificultando a competitividade na ponta do comércio. 

Dessa forma, a sustentabilidade dessa recuperação no segundo semestre depende de uma série de fatores sazonais e econômicos, como a própria estabilidade nos preços na categoria, que podem contribuir para que os indicadores não só se mantenham como melhorem nos próximos meses. 

Como apresentamos em nosso último conteúdo sobre a conjuntura da indústria de móveis e colchões no Brasil — clique para ler —, fatores como o Dia dos Pais e o Natal, além de promoções e descontos ocasionais, tal qual a Black Friday, entre outros, poderão exercer uma influência positiva sobre o consumo no setor.

Além disso, a redução contínua das taxas de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária), num movimento bastante aguardado pelo mercado, pode ser outro fator promissor para as vendas no varejo. 

Relembre

O Copom anunciou a redução da taxa Selic, os juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual durante sua última reunião em setembro, fixando-a em 12,75% ao ano. Esta decisão foi recebida com grande expectativa pelos analistas financeiros e representa a segunda redução no semestre.

Em seu comunicado, o comitê afirmou que a redução de 0,5 ponto percentual está alinhada com a estratégia de fazer a inflação convergir para a meta em 2024 e 2025. O órgão também indicou que pretende continuar com reduções na mesma intensidade nos próximos encontros, embora não tenha confirmado se os cortes continuarão no início do próximo ano.

Esse movimento é significativo, considerando que, de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a taxa Selic por 12 vezes consecutivas em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Durante um ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. Portanto, a taxa de 12,75% é a mais baixa em 16 meses.

“A redução das taxas de juros pode impulsionar o consumo e estimular os investimentos também no setor de móveis e colchões, uma vez que os financiamentos e empréstimos se tornam mais acessíveis para os consumidores e empresários. No entanto, é importante acompanhar de perto como esses desenvolvimentos afetarão o mercado nos próximos meses e como os varejistas responderão a essas mudanças. O segundo semestre de 2023 promete ser um período crucial para o setor, com movimentações que devem ser estrategicamente analisadas e exploradas”, analisa o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz.

CONJUNTURA DE MÓVEIS

Os relatórios mensais intitulados “Conjuntura de Móveis” são concebidos para facilitar o monitoramento da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e seus associados em relação ao desempenho do mercado de móveis e colchões no Brasil.

Para tanto, são examinados mensalmente os percentuais de evolução da produção física, pessoal ocupado, média salarial, produtividade do setor, aquisições de máquinas, importações e exportações na indústria, bem como vendas e inflação no varejo de móveis, conforme os últimos dados disponíveis em fontes oficiais de consulta pelo setor.

Acesse a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, com indicadores atualizados de 2023, em: https://abimovel.com/capa/acervo-digital/

MÓVEIS: O NOSSO NEGÓCIO!

Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
Assessoria de Imprensa: press@abimovel.com