Varejo de móveis e colchões tem primeiro bimestre desfavorável em 2023: -10,6%

A indústria brasileira de móveis e colchões vem apresentando sinais graduais de recuperação em 2023 — clique para ler. Para a indústria ir bem, é necessário demanda! Enquanto as exportações cresceram 40% na passagem de fevereiro para março deste ano, como o consumo interno tem se comportado em 2023?

O volume de vendas de móveis no varejo brasileiro caiu 14,2% no mês de fevereiro em comparação ao mês anterior, totalizando 24,3 milhões de peças comercializadas. No acumulado do primeiro bimestre do ano, a queda foi de 10,6% em relação ao mesmo período de 2022. Analisando os últimos 12 meses, o declínio foi ainda mais acentuado: uma queda de 11,7%.

As informações podem ser encontradas na “Conjuntura de Móveis”, estudo da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) desenvolvido em parceria com o IEMI, que traz com exclusividade indicadores de produção, emprego, investimentos, comércio exterior, vendas ao consumidor final e outras informações estratégicas para a indústria moveleira nacional.

Análise e perspectivas de cenário para o varejo brasileiro

A procura mais baixa por móveis e colchões no início de ano não é, necessariamente, uma novidade. Historicamente, o primeiro trimestre é marcado por um desaquecimento nas vendas, impulsionado pela recuperação financeira das famílias após as despesas de fim de ano e o pagamento de impostos como o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).

Apesar desses desafios iniciais, o setor de móveis normalmente espera um aumento no volume de vendas a partir do segundo trimestre. Isso ocorre devido a uma série de fatores, como a restituição do imposto de renda, que aumenta a disponibilidade financeira das famílias, e as vendas sazonais, como as do Dia das Mães.

Em termos financeiros, as vendas de móveis somaram R$ 7,5 bilhões em fevereiro, representando uma diminuição de 13,9% na comparação com janeiro. No entanto, em uma visão mais ampla, o ano de 2023 mostra uma retração de apenas 0,5% em relação a 2022; enquanto o acumulado dos últimos 12 meses registra, em contrapartida, crescimento de 1,5%.

É de se notar, porém, que os preços dos móveis continuam aumentando no varejo nacional. De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o mobiliário nacional viu seus preços subirem 0,14% em março de 2023 em relação ao mês anterior. Ao longo de 2023, a inflação acumulada foi de 1,4%; enquanto que nos últimos 12 meses, a inflação no setor atingiu 12,4%.

Dessa forma, em fevereiro, o preço médio dos móveis foi de R$ 278,23 por peça, um aumento de 0,39% em relação ao mês anterior. Em março, o preço médio voltou ligeiramente a subir para R$ 278,62 por peça, uma inflação de 0,14% na passagem dos meses.

No segmento de colchões, o preço médio por peça foi de R$ 557,97 em fevereiro de 2023, uma queda de 3,4% em relação ao mês anterior. No entanto, essa tendência se reverteu em março, quando o preço médio dos colchões aumentou para R$ 570,08, um aumento de 2,17% em comparação com fevereiro.

Tais indicadores refletem flutuações que persistem no volume de vendas e na precificação média no varejo nacional. Para a ABIMÓVEL, essas tendências destacam a importância de continuar monitorando o setor para identificar oportunidades e desafios futuros, com expectativas, como já dito, de um segundo trimestre e semestre mais positivos. 

Isso, considerando os temas econômicos atualmente em pauta para a melhoria da economia, do consumo e do ambiente de negócios no País, tais como a reforma tributária, a reindustrialização, responsabilidade fiscal, controle inflacionário e políticas de inclusão social, que devem ser prioridades do governo para que possamos deixar de vez para traz os efeitos da pandemia também na economia, na indústria, no acesso ao consumo e na qualidade de vida do brasileiro.  

CONJUNTURA DE MÓVEIS

Os relatórios mensais intitulados “Conjuntura de Móveis” são concebidos para facilitar o monitoramento da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e seus associados em relação ao desempenho do mercado de móveis e colchões no Brasil.

Para tanto, são examinados mensalmente os percentuais de evolução da produção física, pessoal ocupado, média salarial, produtividade do setor, aquisições de máquinas, importações e exportações na indústria, bem como vendas e inflação no varejo de móveis, conforme os últimos dados disponíveis em fontes oficiais de consulta pelo setor.

Acesse a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, com indicadores atualizados de 2022, em: https://abimovel.com/capa/acervo-digital/

Sobre a ABIMÓVEL

A ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) tem atuado há mais de três décadas em prol do fortalecimento da indústria e do setor moveleiro nacional. Com uma agenda propositiva e em parceria com o setor público e privado, a entidade trabalha para impulsionar a produção e melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Proporcionando, assim, a criação de oportunidades e a abertura de novos mercados para empresas de toda a cadeia madeira e móvel ao colocar em prática diversas iniciativas voltadas para o fomento da competitividade e da inovação no setor. Incluindo programas de exportação, sustentabilidade, design integrado à indústria, adequação fabril, incremento aos micro e pequenos negócios, inteligência comercial, entre outros.

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Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
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