Sustentabilidade marca a presença brasileira e guia as ações do Salone del Mobile.Milano 2023

Nós já falamos AQUI sobre como a “inclusão” está sendo trabalhada como um dos drivers do Salone del Mobile.Milano em 2023, que há poucos dias de sua realização, promete diversas mudanças na estrutura da 61ª edição do evento, que começa na próxima terça-feira (18) e vai até o dia 23 de abril.

Diversas marcas e designers brasileiros, aliás, estarão expondo na feira por meio de ações coordenadas pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) a partir do Projeto Setorial Brazilian Furniture, abraçando às transformações propostas pela organização da feira, bem como compartilhando a originalidade da indústria e do design brasileiro de móveis, incluindo matérias-primas, técnicas, tecnologia e, claro, sustentabilidade.

Além da responsabilidade social, por meio da inclusão, vale ressaltar que a pauta ambiental também é prioridade no Salone del Mobile.Milano 2023. A organização da feira recebeu neste ano o ISO 20121, certificação que atesta a preocupação e adoção de estratégias sustentáveis na realização de eventos.

Tal conceito é esperado também por parte dos expositores, com as indústrias brasileiras que estarão expondo por meio de ações do Projeto Brazilian Furniture por lá, destacando-se pela prática de processos e uso de materiais sustentáveis e certificados na produção de seus móveis. 

A indústria brasileira do mobiliário, aliás, está entre as que mais têm certificações que comprovam práticas de sustentabilidade em seus processos: cerca de 98% das empresas exportadoras têm algum tipo de certificação. Com o setor também fazendo parte do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, seguindo seu Guia de Sustentabilidade.

O assunto é tão importante e presente na pauta da indústria moveleira nacional, que é também um dos motes tanto na seleção das peças quanto no projeto dos espaços expositivos do Brazilian Furniture durante o iSaloni. Com o objetivo de aumentar a visibilidade do design brasileiro no mercado global, a temática da brasilidade, explorada pelo time da curadoria liderada por Liana Tessler, reforça o compromisso com a sustentabilidade e escolhas conscientes de matérias-primas, principalmente nacionais — clique aqui para ler mais sobre as ações brasileiras em Milão neste ano. 

“A competitividade do mobiliário brasileiro está na criatividade dos seus designers, na tecnologia e nas técnicas utilizadas nas nossas indústrias, na identidade cultural do País, bem como na sua riqueza em recursos materiais, seja tratando das mais de 20 mil espécies de madeiras nativas, da lã, das fibras, rochas, entre tantas outras matérias-primas, bem como também no trabalho artesanal aplicado a elas. E é um pouco de tudo isso o que queremos compartilhar com o mundo no iSaloni 2023”, fala o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz.

E não são apenas os materiais utilizados que chamam a atenção. Os fabricantes brasileiros de móveis têm investido em processos produtivos mais limpos e na economia circular, reduzindo o impacto ambiental em todas as etapas da produção e do consumo. Além disso, o design das peças também tem sido pensado de forma a minimizar o desperdício, otimizar a usabilidade, aumentar o tempo de vida dos produtos e disseminar uma mensagem de consumo sustentável, como observamos entre as marcas que participam do iSaloni.

Um ótimo exemplo vem da by Kamy, cada peça da marca traz em seu design a essência da brasilidade e sua habilidade única de misturar etnias, respeitando as tradições, técnicas e matérias-primas típicas de cada cultura e região. Com 35 anos no mercado, a by Kamy possui duas fábricas próprias, uma das quais é totalmente dedicada ao ESG e à reciclagem de seus tapetes.

Enfatizando ser uma marca “feita de pessoas para pessoas”, a Century também compartilha da preocupação ambiental. Segundo a empresa, todos os seus móveis são ecologicamente adequados, desde a produção até o reaproveitamento. Dessa forma, garantindo que as casas sejam lugares melhores tanto para quem mora nelas quanto para o planeta.

Outra empresa a participar do iSaloni 2023 por meio do Brazilian Furniture, a Cristais São Marcos, conhecida por manter com maestria e um toque de criatividade a técnica secular do vidro murano, é agora reconhecida também como uma empresa ecoeficiente, com certificação concedida pelo Instituto de Pesquisa e Consultoria de Estudos Avançados Tecnológicos para utilização do Selo IPCEAT em razão do cumprimento integral dos critérios, exigências e adequações de ecoeficiência.

Eficiência ecológica que também guia a produção da Green House, como o próprio nome da empresa já sugere. Com mais de 23 anos de mercado, a empresa está comprometida com a sustentabilidade, utilizando principalmente o alumínio como matéria-prima, além de outros materiais duráveis, de alta qualidade e de destinação adequada pós-consumo. Todo o processo criativo da marca, aliás, desde a concepção até a finalização das peças, é realizado em um espaço de 36.000 m², garantindo a melhor adequação das etapas de produção. 

Alumínio (100% reciclável)  também bastante utilizado na produção da Modalle, que ainda faz uso de outras matérias-primas ecologicamente responsáveis e/ou recicláveis, como madeira teca de reflorestamento, fibra sintética moída, entre outros, que são coletados e ressignificados de maneira sustentável ecológica e economicamente, além de serem resistentes e terem um longo período de vida, garantindo a durabilidade dos móveis da empresa, outro fator crucial na construção de jornadas de produção e consumo mais adequadas.

Esse comprometimento em criar formas de consumo mais sustentáveis tem inspirado, inclusive, os lançamentos das marcas brasileiras em Milão. Destacando-se pela produção de móveis de alto padrão, a Ornare também tem se comprometido com práticas sustentáveis. A coleção Timeless, que será lançada no iSaloni 2023, resgata, por exemplo, o uso da madeira maciça, um material renovável e biodegradável, combinando-o com tecnologia de ponta na produção dos móveis. Além disso, a marca busca fontes de madeira certificadas e adota processos que reduzem o desperdício e o impacto ambiental em suas fábricas, como a correta destinação e a reciclagem de acabamentos, couros e tecidos.

Iniciativas que buscam aliar luxo e sofisticação com consciência e responsabilidade socioambiental, portanto, vem de fato impulsionando a atuação de todas as marcas associadas ao Brazilian Furniture que serão vistas em Milão neste ano. 

Combinando artesanato e tecnologia, bem como matérias-primas naturais e metais sofisticados com longo ciclo vital, como a prata, por exemplo, a St. James acredita que a casa é o lugar mais importante na vida das pessoas, um refúgio que deve ser respeitado e exaltado de forma bela, feliz, saudável, duradoura e, muito importante, sustentável.

Sustentabilidade que, segundo a Tramontina Belém, não deve ser apenas um discurso, mas uma prática necessária ao longo de toda a cadeia de produção. Dessa forma, a empresa adota políticas sustentáveis para agregar valor a todo insumo utilizado na fabricação de suas peças, especialmente a madeira, respeitando e preservando a floresta Amazônica. “Sustentabilidade é isso: agregar valor de uma forma responsável, manter a floresta em pé. O futuro do planeta depende disso!”.

Por falar na preservação de nossas florestas, outro nome imprescindível nessa lista, a ETEL está envolvida há décadas em projetos sustentáveis com madeira de manejo florestal na região da floresta Amazônica e também com a capacitação profissional dos povos da floresta. Em 2001, aliás, a marca foi uma das primeiras empresas moveleiras do Brasil a conquistar a certificação do FSC (Conselho de Manejo Florestal). 

Outro exemplo de marca comprometida com a sustentabilidade é a Uultis, que adota práticas que visam a redução de resíduos e a otimização de recursos naturais, além de utilizar matérias-primas de origem sustentável e valorizar a mão de obra local, apoiando a economia da região onde está inserida. A marca também incentiva o uso consciente do mobiliário e a sua reutilização, evitando o desperdício e contribuindo para a economia circular. 

Ou seja, para a indústria brasileira de móveis, sustentabilidade é muito mais do que uma tendência do momento: é uma máxima que guia a produção nacional, garantindo além de uma indústria com menos impacto ambiental, peças únicas, com design orgânico e autêntico, além de materiais nobres e características físicas que garantem qualidade, durabilidade e segurança. Fatores que fundamentam e enaltecem nossa brasilidade, que estará exposta em posição de destaque em mais uma edição do Salone del Mobile.Milano, maior evento do setor no planeta!