Salone del Mobile foi adiado para o mês de junho. Itália tem mais de 300 casos confirmados de Coronavírus.
O surto do novo Coronavírus, agora chamado de Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), continua fazendo com que importantes eventos para o setor de móveis sejam adiados. Ontem (25), os organizadores do Salone del Mobile Milano anunciaram à imprensa a decisão de adiar o evento para o mês de junho (16 até o dia 21).
De acordo com o comunicado, a decisão contou com o apoio do prefeito de Milão, Giusepe Sala. Além disso, o informe argumenta que o adiamento se trata de um importante “chamado à responsabilidade” por parte das empresas, uma vez que o surto de coronavírus é uma emergência de saúde.
A diretora-executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri, vê o adiamento com bons olhos. “A decisão foi coerente com o momento, em relação ao Coronavírus. A gente observa o cuidado da feira com os seus expositores, público e com a União Europeia. Isso mostra que eles estão muito atentos com o que está acontecendo. Isso nos deixa, primeiramente, satisfeitos ao notar tal cuidado”.
Cândida ainda explica que essa mudança não terá um impacto expressivo na rotina das empresas brasileiras que irão participar do evento em Milão. “Em relação às dez empresas expositoras que irão participar do evento, elas estão seguindo um cronograma de trabalho pré-definido e com margem de segurança, pois o envio e recebimento dos produtos exige o cumprimento de rotinas (embarque marítimo, taxas, recebimento no porto de destino, liberação da carga etc.), que levam um prazo determinado para serem atendidas. Por isso, o adiamento dá a elas um pouco mais de tranquilidade para lidar com essas questões”, explica.
Ela ainda relata que a Abimóvel e a Apex-Brasil estão em contato direto com a direção e equipe técnica da feira, acompanhando as mudanças e dando suporte ao expositor brasileiro.
Por fim, Cândida esclarece que a decisão do adiamento do evento foi tomada após uma análise de dados. “Devido ao comportamento desse novo vírus e a forma como ele vem se espalhando na Europa, a organização da feira e o governo italiano optaram pelo adiamento”, opina.
O diretor-superintendente da Revista Móbile, Carlos Bessa, participou da coletiva de imprensa da Xylexpo, na cidade de Milão, na semana passada. Ele se mostrou surpreso com o adiamento, uma vez que o surto da nova doença foi tratado com normalidade no evento.
“O que me causou surpresa foi por eu ter participado semana passada do lançamento da Xylexpo e tanto a mídia como o governo italiano tratavam da situação com naturalidade. Nas conversas informais com os moradores de Milão havia, sim, uma preocupação”, relata.
Casos de Coronavírus na Itália
Até o momento de publicação desta reportagem, a Itália havia registrado 11 mortes causadas pelo Coronavírus. O país tem 323 casos confirmados da doença. Ainda ontem, o Brasil registrou o primeiro caso confirmado de uma pessoa infectada pelo novo vírus. Trata-se, justamente, de um homem de 61 anos que esteve na Itália a trabalho.
O paciente, que tem sua identidade preservada pelas autoridades, esteve na Lombardia, cuja capital é Milão, entre os dias 09 e 21 de fevereiro. No dia 25, ele deu entrada no hospital Albert Einstein, em São Paulo, apresentando tosse seca, coriza, dor de garganta e febre.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que os outros passageiros do voo que trouxe esse homem da Itália serão contatados para que se submetam a exames.
Fonte: Emobile