Exportações – Os fatores que determinaram a redução das importações globais de móveis em 2020 estão relacionados às restrições impostas ao comércio mundial durante o período de isolamento social, que ocorreu de forma rigorosa no primeiro semestre do ano passado e se faz novamente necessário neste momento. Ameaçando, assim, o consumo e o emprego, especialmente nos mercados europeu e norte-americano, em função da segunda onda da pandemia de Coronavírus, vivida com maior intensidade nessas regiões.
Com a vacinação felizmente já em curso, porém, apesar dos impactos dessa nova onda, o mercado mantém suas perspectivas de um comportamento nas exportações de móveis e colchões similar ao observado em crises passadas. Ou seja, com uma redução forte num primeiro momento, seguida por uma recuperação em “V” nos dois anos seguintes. Ainda é cedo, no entanto, para se ter clareza da situação em 2021. Mas, com base no histórico de crises anteriores e em estimativas futuras para os indicadores econômicos dos países importadores, a expectativa e avaliação da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) é que as exportações globais voltem a subir já neste ano. Contudo, ainda de forma insuficiente para compensar as perdas de 2020.
Exportações globais de móveis: Mercados-alvos e vantagens competitivas
“Ainda teremos um ano aquém de 2019”, salienta a presidente da associação, Maristela Cusin Longhi. “Dado que os países da União Europeia e da América do Norte dependem fortemente das importações de móveis e juntos respondem por 75% de todas as compras internacionais desses produtos, somente com a esperada recuperação econômica desses mercados, mesmo que parcial, é que o comércio internacional de móveis poderá voltar a crescer.”
Muitas medidas e ações de estímulo econômico de fato já estão sendo implementadas pelo Banco Central Europeu, pelos governos dos países da União Europeia e pelo Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos para empurrar estes mercados para uma retomada, inclusive nas importações, segundo o acompanhamento da equipe técnica da Abimóvel e da APEX Brasil, que juntas coordenam o Projeto de Exportação Brazilian Furniture.
Contando atualmente com mais de 160 empresas, que recebem todo o apoio estratégico e de monitoramento com foco no mercado externo por parte das instituições, a equipe organizadora do projeto abre o ano anunciando a execução de um novo Plano de Trabalho com mais de 60 ações para as empresas brasileiras entre 2021 e 2022.
Se as expectativas de retomada das exportações globais se materializarem, portanto, ainda que em níveis insuficientes para recuperar as perdas de 2020, os exportadores brasileiros de móveis deverão ser altamente beneficiados: Seja porque já vinham empreendendo grandes esforços para elevar a sua participação no comércio internacional nos últimos anos; seja pela situação privilegiada ao final de 2020, considerando que a produção agregada no Brasil se encontra quase que plenamente restabelecida (após paralisação por conta da pandemia); seja porque os novos patamares de câmbio apresentam uma vantagem competitiva para os produtores locais, em especial para os móveis de madeira.
Futuro das exportações brasileiras
Sem dúvida haverá muito trabalho a ser realizado, mas considerando o perfil dos novos exportadores que se incorporaram ao mercado internacional nos últimos anos, bem como os fabricantes de produtos de maior valor agregado, a rápida recuperação da capacidade produtiva local e o câmbio atual, tudo isso vêm criando condições competitivas ideais para que nos próximos dois anos, o Brasil avance de forma consistente para alcançar o seu real potencial exportador. Uma boa estimativa são as sugestões dos algoritmos das ferramentas de inteligência da International Trade Center (ITC), que estimam valores 43% superiores aos registrados pelas exportações brasileiras de mobiliário em 2019 e 2020.
“Para o Brasil, um país exportador que nos últimos anos vem recuperando a sua relevância no mercado internacional, o momento é de ser bastante ativo no fomento das vendas, principalmente nos países/mercados onde o nosso produto detém elevado potencial de crescimento. Aproveitando que a competitividade brasileira, já bastante elevada no segmento de móveis de madeira, foi ampliada com a valorização do Dólar Americano frente ao Real”, finaliza Maristela, presidente da Abimóvel.
Fonte: Setor Moveleiro