
A indústria e o mundo dos negócios estão passando por transformações significativas, impulsionadas por mudanças tecnológicas, novas demandas de mercado e desafios estruturais. A 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, apresenta um retrato das expectativas e preocupações de líderes empresariais de 100 países neste início de 2025, revelando um cenário que, mesmo diante de tensões geopolíticas e comerciais, demonstrou uma “confiança cautelosa”, como se refere o estudo. Dessa forma, a publicação destaca tanto obstáculos quanto oportunidades estratégicas que exigem planejamento e adaptação para garantir a competitividade e a sustentabilidade das empresas.

Escassez de mão de obra qualificada é o principal obstáculo
Entre os desafios mais expressivos, a falta de profissionais qualificados desponta como uma das maiores preocupações. No Brasil, 30% dos entrevistados citaram essa questão como a principal ameaça aos seus negócios, um percentual significativamente maior do que a média global de 23%. Esse déficit de mão de obra impacta diretamente a capacidade produtiva e a inovação no país, especialmente em um momento de crescente digitalização e automação dos processos industriais.

Outros fatores que preocupam os CEOs incluem a inflação (24%) e os riscos cibernéticos (26%), ambos impactando tanto o empresariado como os consumidores. Se por um lado, a pressão inflacionária impacta no preço de insumos e recursos, desde a cadeia de suprimentos até o varejo, encarecendo o consumo de bens e serviços, consequentemente limitando a capacidade produtiva e o poder de compra; no caso dos riscos digitais, a crescente dependência de plataformas on-line e a integração de sistemas conectados exigem investimentos mais robustos em digitalização e segurança da informação.
Maioria dos líderes empresariais acredita numa retomada econômica global
Apesar dos desafios, a percepção dos CEOs brasileiros em relação ao crescimento econômico global melhorou neste ano. O levantamento indica que 68% dos líderes empresariais no Brasil acreditam que a economia mundial acelerará nos próximos 12 meses. Um aumento expressivo em comparação aos 36% de 2024. No contexto global, essa confiança também cresceu, chegando a 58%.
No entanto, esse otimismo precisa ser balanceado com uma abordagem pragmática para os riscos macroeconômicos. A instabilidade econômica foi apontada como a segunda maior preocupação entre os CEOs brasileiros, com 27% dos entrevistados considerando-a uma ameaça significativa.
Expectativa dos CEOs para o crescimento econômico global nos próximos 12 meses:

Inteligência Artificial e a reinvenção dos negócios
A pesquisa revelou ainda que 34% dos executivos brasileiros relataram aumento de receita graças à adoção da inteligência artificial generativa, um percentual ligeiramente acima da média global de 32%. Esses CEOs acreditam que, se bem utilizada, a IA pode desempenhar um papel crucial na otimização da produção, na redução de desperdícios e na personalização de produtos sob demanda.
Nesse aspecto, ainda, nada no estudo indicou uma alteração generalizada nas oportunidades de emprego decorrentes da disseminação da Inteligência Artificial. Alguns CEOs no Brasil e no mundo (13%) dizem, sim, ter reduzido o quadro de funcionários devido à IA generativa. Em contrapartida, uma parcela um pouco maior (21% no Brasil e 17% no mundo) relata um aumento no número de profissionais contratados devido aos investimentos na tecnologia.
Em relação ao futuro, aliás, os CEOs dizem que suas maiores prioridades nos próximos três anos envolvem integrar a IA (incluindo a generativa) em plataformas tecnológicas (69% no Brasil e 47% no mundo), e em processos de negócios e fluxos de trabalho (56% no Brasil e 41% no mundo).
Tal indicativo vai ao encontro da linha de pensamento de 45% dos executivos brasileiros entrevistados pela PwC, que acreditam que suas organizações não sobreviverão por mais de dez anos se não se reinventarem. Isso destaca a necessidade de inovação contínua e de uma abordagem mais efetiva na adoção de novas tecnologias e estratégias de negócio.
Um ponto interessante é que desde que essa questão foi levantada pela primeira vez, em 2023, os setores globais em que os CEOs se sentem mais pressionados a se reinventar têm se mantido: mídia e entretenimento, tecnologia, telecomunicações e produção industrial. Setores, estes, nos quais a digitalização, a descarbonização ou ambas estão mudando as bases e o ritmo da competição.
Em todos os setores, dois terços dos CEOs (64%) em âmbito global relatam ter adotado pelo menos uma ação para mudar a forma como suas empresas criam, entregam e capturam valor. No Brasil, as ações de reinvenção mais comuns são iniciativas para alcançar novos grupos de clientes e a inovação em produtos e serviços. Por outro lado, menos empresas adotaram medidas que geralmente são mais difíceis, como adotar novas estratégias de crescimento ou fazer parcerias com outras organizações para criar ecossistemas.
Pontos essenciais, portanto, para as empresas que querem sair na frente e se destacarem no mercado. Isso pode significar desde a modernização das linhas de produção até a exploração de novos mercados e modelos de negócio. A sustentabilidade também se torna um fator decisivo, com empresas cada vez mais pressionadas a adotar práticas ambientalmente responsáveis, seja por meio do uso de materiais recicláveis ou da redução da pegada de carbono na produção e logística.
Um quarto dos CEOs no Brasil, aliás, afirma que investimentos climáticos aumentaram seus custos, enquanto um terço — ou seja, mais executivos — relata aumento de receita.
Reconfigurando fronteiras setoriais: como transformar adversidades em vantagens competitivas?
Diante desse cenário desafiador, mas repleto de possibilidades, os líderes da indústria brasileira precisam estar atentos às mudanças do mercado e agir com rapidez para garantir sua relevância e competitividade nos próximos anos.
Três décadas de digitalização já começaram a romper barreiras antes consideradas impermeáveis entre setores da economia. A convicção da PwC é de que as interações entre mudanças climáticas, IA e outras megatendências vão acelerar o processo de reconfiguração e estabelecer novos padrões de crescimento que transcendem os limites setoriais tradicionais.
Essa reconfiguração setorial acelerará na próxima década, desafiando CEOs a antecipar o ecossistema futuro das empresas. Nesse cenário, alianças estratégicas emergem como fundamentais para o aprendizado e crescimento mútuo, desafiando os líderes a antecipar e moldar o ecossistema empresarial do amanhã.
Com a indústria em um ponto de inflexão, o questionamento deixado pela pesquisa parece ser: “Onde o velho se encontra com o novo, como podem os líderes brasileiros transformar adversidades em vantagens competitivas, assegurando não apenas a adaptação, mas uma verdadeira evolução frente às demandas de um mundo em constante mudança?”.
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