Medida mira produtos de nações com as quais o país não possui acordos de livre comércio e reflete movimento semelhante ao dos Estados Unidos em sua nova política tarifária
O governo do México anunciou, em 10 de setembro de 2025, uma proposta para impor tarifas de até 50% sobre importações provenientes de países sem acordo de livre comércio com o país — entre eles China, Coreia do Sul, Tailândia, Índia, Filipinas e Indonésia.
De acordo com a proposta apresentada pela Secretaria de Economia, a China será a mais afetada, já que o México importou quase US$ 130 bilhões em produtos chineses em 2024, valor superado apenas pelas importações vindas dos Estados Unidos.
Entre os produtos incluídos na medida estão móveis, têxteis, automóveis, aço, calçados, plásticos, eletrônicos, brinquedos, cosméticos, papel, vidro e outros bens industriais e de consumo — cerca de 1.400 itens no total.
O secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard, afirmou que a iniciativa “tem a mesma natureza da política tarifária dos Estados Unidos” e busca aumentar as tarifas até o limite permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, os novos impostos seriam aplicados a 8,6% das importações mexicanas, afetando exclusivamente países sem acordos comerciais vigentes com o México.
“O que vamos fazer é elevar as tarifas até o teto permitido pela OMC, com variações conforme a classificação tarifária. Isso se aplica apenas a produtos de países com os quais não temos tratados de livre comércio, pois nesses casos um aumento desse tipo exigiria outro procedimento”, explicou Ebrard.
Ainda segundo o ministro, a medida visa proteger empregos em setores estratégicos — estimados em 325 mil postos de trabalho — que estariam sob risco devido às novas políticas comerciais dos Estados Unidos. Ebrard declarou esperar que, após a aplicação das tarifas, haja maior previsibilidade de preços e incentivo a investimentos locais.
Principais tarifas propostas
Setor / Produto | Faixa atual | Nova faixa proposta |
Móveis | 0%–35% | até 35% |
Plásticos | 0%–35% | 10%–35% |
Eletrodomésticos | 0%–35% | até 35% |
Têxteis | 0%–35% | 10%–50% |
Alumínio | 0%–5% | até 35% |
Vidro | 0%–35% | 35%–50% |
O governo mexicano indicou que as receitas geradas com as novas tarifas estão previstas no projeto orçamentário de 2026, reforçando o caráter estrutural da proposta.
“A China será o país mais impactado, seguida pela Coreia do Sul, Tailândia, Índia, Filipinas e Indonésia”, reforçou Ebrard, destacando que a política busca reindustrializar o país e reduzir a dependência de importações.”
Texto postado originalmente em Espanhol por: El Financiero / Expansión México
