De acordo com o Informe Conjuntural – 1º trimestre de 2023 divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia brasileira terá uma expansão de 1,2% em 2023, com a indústria crescendo apenas 0,1%, pressionada pela queda da confiança, demanda enfraquecida e dificuldades com crédito.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que as taxas de juros elevadas vão continuar inibindo a atividade econômica ao longo do ano, prejudicando o crédito, os investimentos, o consumo e o comércio. A previsão é de que o Brasil encerre o ano com inflação em 6% e Selic em 11,75%.
Segundo Andrade, a falta de política industrial nos últimos trinta anos é uma das principais razões para a perda de fôlego da indústria, que paga os melhores salários, desenvolve tecnologia e inovação. A expansão do PIB brasileiro será financiada em grande parte pelo consumo das famílias, com aumento da massa salarial no primeiro semestre, mas com expectativa de desaceleração do emprego. A queda do ritmo de crescimento do setor de serviços também contribui para a desaceleração da atividade econômica em 2023.
Além disso, as concessões de crédito podem desacelerar significativamente em 2023, com previsão de retração de 1,9% em termos reais, devido à menor demanda por crédito, alta taxa de inadimplência, aumento de provisões dos bancos, restrição no critério de concessão de crédito e Selic ainda elevada, encarecendo o custo do crédito.