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Indústria moveleira recua em agosto sob efeitos de movimentos no comércio externo e interno

Exportações, contudo, voltaram a crescer em setembro

A nova edição da Conjuntura de Móveis – Outubro 2025, estudo elaborado pelo IEMI com exclusividade para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), trouxe mais detalhes sobre os impactos diretos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o mobiliário brasileiro. A sobretaxa, que elevou para até 50% as alíquotas de importação americana sobre móveis produzidos no Brasil, especialmente os de madeira, coincidiu com uma retração de 14,5% nas exportações e queda de 3,2% na produção interna em agosto, quando foram fabricadas 38,4 milhões de peças.

Com isso, o volume produzido de móveis e colchões em 2025 segue em trajetória de desaceleração pelo segundo mês consecutivo, com o acumulado do ano caindo de +1,8% até julho para +0,9% até agosto. Em 12 meses, o desempenho foi de +4,3%.

O consumo aparente também recuou, somando 38,3 milhões de peças, queda de 3,6% sobre o mês anterior, mas com crescimento de 0,7% no acumulado do ano e 3,8% em 12 meses. A participação dos importados manteve-se estável, em 4,4%, confirmando o predomínio da produção nacional no abastecimento interno.

Comércio exterior: efeito imediato das tarifas e recomposição em setembro

As importações, aliás, que haviam caído 18,9% em agosto, voltaram a subir 38,7% em setembro, totalizando US$ 31,5 milhões no mês.

Já as exportações recuaram para US$ 60,8 milhões em agosto (-14,5% ante o mês anterior), refletindo os efeitos iniciais do tarifaço dos EUA. Ao atingir os negócios no principal destino dos móveis brasileiros, a medida tem levado o setor a revisar rotas comerciais e estratégias de precificação, entre outros fatores que contribuíram para uma reação positiva no mês seguinte, com alta de 9,3% em setembro, somando US$ 66,5 milhões em produtos exportados.

Cenário econômico: indústria em compasso de espera

No cenário interno, a indústria brasileira segue marcada por atividade moderada, estoques elevados e demanda mais fraca do que o esperado, conforme revelou o Informativo ABIMÓVEL desta semana. A produção geral no país avançou apenas 0,6% em agosto, acumulando +0,3% no ano e +1,7% em 12 meses. Números que apontam crescimento modesto em um ambiente ainda pressionado por juros altos, crédito restrito e custos produtivos elevados.

Tal panorama afeta também os investimentos no chão de fábrica. O volume de importações de máquinas e equipamentos para fabricação de móveis, que havia crescido no oitavo mês do ano — acumulando +44,4% entre janeiro e agosto —, caiu 3 pontos percentuais no final do trimestre, ficando em +41,4% até setembro (em comparação a igual período no ano anterior).

Varejo doméstico

Enquanto isso, fatores macroeconômicos pressionam também o consumo de bens duráveis no país. O varejo de móveis registrou queda de 6,5% em volume de vendas e recuo de 6,0% em receita em agosto. Demonstrando, assim, um comportamento mais contido das famílias diante do crédito caro e da aproximação do fim de ano.

De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), os preços do mobiliário nacional aumentaram 0,38% em setembro, acumulando +3,57% no ano e +5,70% em 12 meses, ligeiramente acima da inflação geral (+5,17%).

A íntegra da Conjuntura de Móveis – Outubro/2025 está disponível no acervo digital da ABIMÓVEL: abimovel.com/capa/acervo-digital

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