Flutuações mensais marcam exportações brasileiras de móveis e colchões em 2023

Após uma evolução expressiva de 40% na passagem de fevereiro para março de 2023, as exportações brasileiras de móveis e colchões apresentaram retração em abril. As vendas do setor para o exterior somaram US$ 59,0 milhões no quarto mês do ano, uma queda de 14,7% em relação a março, quando foram exportados US$ 69,2 milhões.

Brazilian Furniture - Exportações móveis e colchões abril 2023

Os dados fazem parte de levantamento do IEMI, com base nos dados oficiais da balança comercial brasileira, para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa idealizada pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com o objetivo de impulsionar a participação da indústria brasileira de móveis no mercado internacional.

Análise do cenário

Apesar do recuo no último mês, o desempenho de abril ainda é superior aos resultados de janeiro e fevereiro deste ano, o que indica uma relativa melhora nas exportações de móveis e colchões nos últimos meses, ainda que apresente flutuações. É fundamental observar, porém, que os desempenhos tanto de março quanto de abril não foram suficientes para reverter o recuo do setor na atividade quando comparado ao ano passado, seja em receita ou no volume exportado.

No primeiro quadrimestre de 2023, as exportações de móveis e colchões totalizaram pouco mais de US$ 261,8 milhões, enquanto no mesmo período de 2022 foram alcançados US$ 302,03 milhões. O volume de peças exportadas também diminuiu, passando de cerca de 7,47 milhões no período de janeiro a abril do ano passado para 6,07 milhões no mesmo período deste ano.

Em termos de mercados-alvo, as exportações brasileiras de móveis e colchões para os Estados Unidos continuam se destacando, representando 32,8% do total exportado em abril de 2023. O Uruguai e o Chile vieram em seguida, com 9,5% e 6,9% respectivamente.

Diante destes resultados, o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz, avalia a conjuntura com prudência: “Temos desafios pela frente, mas estamos trabalhando para superá-los. A parceria comercial com os Estados Unidos, por exemplo, tem sido fundamental para impulsionar nossas exportações. É um mercado exigente, mas que reconhece a qualidade e a criatividade do mobiliário brasileiro, vide os resultados expressivos alcançados na passagem do Brazilian Furniture por Nova York neste ano”, fala ele — os resultados podem ser conferidos CLICANDO AQUI

Munhoz continua: “E são, portanto, esses diferenciais técnicos, especialmente em relação à nossa madeira e outras matérias-primas naturais, além da preocupação sustentável e do design integrado à indústria nacional, que temos levado ao mercado internacional por meio do Brazilian Furniture, com grandes oportunidades também sendo alavancadas em outras regiões do mundo, como na Europa”.

Três países situados no continente europeu, aliás, aparecem no ranking dos dez principais destinos dos móveis e colchões brasileiros em abril de 2023: Reino Unido, na 4ª posição, seguido por França (7ª) e Países Baixos / Holanda (10ª). Confira na tabela abaixo:

Analisando-se o cenário, as expectativas são ainda favoráveis para o primeiro semestre de 2023, que, apesar das flutuações mensais, apontam para a manutenção das exportações de móveis e colchões em um bom ritmo, impulsionadas pela demanda externa e pela capacidade do setor em se reinventar e oferecer produtos competitivos. Fator, contudo, que dependerá invariavelmente também de ações externas, tais como acordos comerciais — a exemplo do Acordo Mercosul-União Europeia, que está mais uma vez sendo reavaliado —, além de políticas de incentivo às exportações e desburocratização alfandegária, desembaraço logístico, entre outros pontos. 

 

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