Exportação de móveis e colchões: oportunidades para a indústria brasileira nos Estados Unidos

A Expo Mueble 2023 está chegando, com a participação de dezenas de empresas brasileiras tanto expondo no evento como participando de rodadas de negócios organizadas pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), por meio de Missão Comercial do Projeto Setorial Brazilian Furniture.

Ocorrendo em Guadalajara, no México, as ações visam estreitar ainda mais a relação da indústria brasileira de móveis com o mercado mexicano e latino-americano. Além da Expo Mueble ser também uma ótima oportunidade para ampliar o networking com compradores dos Estados Unidos, país vizinho ao México, com grande participação no evento, e principal destino do mobiliário brasileiro no exterior.

Maior economia do mundo e considerada a nona em termos de complexidade (que utiliza a pauta exportadora de um país para medir a sofisticação tecnológica da produção), os Estados Unidos foram responsáveis por receber mais de 35% do total de mobiliário exportado pela indústria moveleira nacional em 2022.

Importações americanas crescem no setor de móveis

Dados oficiais indicam que em 2021, 47,1% do consumo de móveis dos EUA foi suprido pelas importações, com o consumo doméstico crescendo e a produção interna caindo no ano, como é possível ver na tabela abaixo. Cenário, este, particularmente favorável para exportadores de móveis de mercados em ascensão, como o brasileiro. 

Em 2021, as importações americanas de móveis e colchões totalizaram US$ 49,1 bilhões em valores nominais. Um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Em volume, os Estados Unidos importaram 11,7 milhões de toneladas de móveis prontos e colchões no ano.

Exportações brasileiras e mercados concorrentes

A China continua sendo a principal origem das importações de móveis para os Estados Unidos. Relação, contudo, que vem perdendo o fôlego nos últimos anos, devido às disputas comerciais entre os dois países, o que pode ser uma oportunidade para a indústria brasileira de móveis, que se coloca como uma alternativa mais próxima, sustentável e livre de restrições comerciais para o mercado americano.

As vendas de móveis e colchões brasileiros para os Estados Unidos apresentaram variações ao longo do tempo, vivenciando um período de queda a partir de 2006, mas que foi revertido, contudo, crescendo a partir de 2010 e batendo o recorde da série histórica no ano de 2021.

Entre 2017 e 2021, foco da análise do estudo realizado pelo IEMI com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, a receita das exportações brasileiras para os EUA cresceu 120%, passando de US$ 152 milhões em 2017, para US$ 334,5 milhões em 2021. Isto é, um crescimento de 21,8% ao ano. 

Em volume, o Brasil exportou 110,7 mil toneladas de móveis e colchões para o país norte-americano no ano de 2021. Quantitativo que representou variações positivas de 122,1% comparando-se a 2017, e de 17,9% em relação ao ano anterior.

Exportações brasileiras de móveis e colchões para os EUA

Entre os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, observou-se que a categoria de móveis deteve a maior participação em 2021, expressando 91% do total exportado. Boa parte das linhas de mobiliário apresentaram desempenho elevado no período, com destaques percebidos para os “móveis de madeira para cozinha” e “outros assentos”.

Em 2021, o preço médio das exportações brasileiras no setor para os Estados Unidos foi de US$ 3,02 / kg. O valor representa alta de 13,3% em relação a 2020. No entanto, seguiu ainda abaixo da média geral das importações americanas, que foi de US$ 4,18 / kg. Demonstrando, assim, mais um diferencial competitivo da indústria brasileira de móveis.

“Por tudo o que foi estudado e analisado, entende-se que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a curto e médio prazos, ou seja, entre três e cinco anos, de US$ 61 milhões em suas exportações no setor para os Estados Unidos. Podendo atingir, dessa forma, um patamar de US$ 395,5 milhões”, projetam os especialistas do IEMI. Tal desempenho significaria um crescimento de 18,2%. 

“Para que isso aconteça, claro, se faz de suma relevância a continuidade das ações em andamento, em especial aquelas que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, reforçam. 

Um ótimo exemplo nesse sentido é o que vem sendo feito por intermédio do Design Brasil + Indústria, programa de design integrado à indústria idealizado pela ABIMÓVEL e pela ApexBrasil a partir do Brazilian Furniture. Reunindo designers e fabricantes de móveis, integrando, assim, o melhor da tecnologia e do feito à mão, mais de 90 peças foram desenvolvidas apenas no ano passado. Com diversos desses produtos devendo ser exibidos em ações exclusivas nos maiores eventos do setor no mundo, incluindo a ICFF (International Contemporary Furniture Fair) e a Semana de Design de Nova York.

Dados e indicadores

As informações são do Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Estados Unidos”, desenvolvido com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture

Parte de uma série de relatórios de inteligência comercial e competitiva organizadas pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o estudo tem por referência dados estatísticos atualizados e projetados a partir de consultas a uma extensa lista de fontes oficiais, nacionais e internacionais.

A versão completa do estudo, com análises e indicadores estratégicos, está disponível com exclusividade para associados do Brazilian Furniture na área restrita do site do projeto: brazilianfurniture.org.br/intranet/.

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