
No dia 26 de agosto celebrou-se o “Dia da Igualdade Feminina”. A data convida à reflexão: até que ponto a indústria brasileira tem avançado nesse sentido?
Mulheres são responsáveis por chefiar metade (49,1%) dos lares brasileiros (IBGE, 2022). Elas representam 54,6% do potencial empreendedor do país (GEM, 2023), mas ainda têm dificuldade de acesso ao crédito (68% de negativas, segundo o Serasa, 2025) e ocupam apenas 13% dos cargos de liderança no setor industrial (CNI, 2023). Esses números revelam uma contradição: embora protagonistas na sociedade, as mulheres continuam sub-representadas em posições estratégicas e de decisão dentro das empresas.
Essa lacuna, porém, não é apenas uma questão de equidade. É também uma oportunidade econômica. Diversidade e inclusão são mais do que compromissos sociais isolados, são fatores que estão se consolidando como ativos de inovação, governança e competitividade. Empresas que compreendem isso não só se alinham a valores contemporâneos, mas constroem modelos de gestão mais sustentáveis e preparados para o futuro.
É com esse olhar que o 12º Congresso Nacional Moveleiro, que ocorre nos dias 1º e 2 de outubro de 2025, em Curitiba (PR) — com realização da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), e apoio da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e do grupo Conselheiras —, traz em sua programação o talk “Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão nos Negócios”.
Participam do debate, mediado por Marcele Poiani (fundadora da MPoiani): Bruna Hadad (CFO da WAP), Jessica Sandin (diretora de Talentos da Netflix Brasil) e Sandra Comodaro (fundadora do grupo Conselheiras). Cada uma trazendo sua perspectiva profissional no ramo de finanças, governança e gestão de talentos, bem como um pouco de suas trajetórias para discutir como a liderança feminina e a diversidade estão redefinindo a lógica de inovação e competitividade em diferentes setores.










Empreendedorismo feminino e representatividade que gera resultado
Empresas com maior diversidade de gênero em cargos de liderança têm 25% mais chances de superar seus competidores em resultados financeiros (McKinsey, 2022).
Times de gestão mais diversos geram até 19 pontos percentuais adicionais de receita proveniente de inovação (BCG, 2018).
Companhias com políticas consistentes de inclusão apresentam maiores índices de atração e retenção de talentos, um diferencial crítico num mercado de trabalho em transformação.
Em outras palavras, diversidade não é apenas reputação: é pipeline de talentos, impulsionador de inovação e recurso de mitigação de riscos. Ou seja, um driver de performance com potencial de reflexo direto no P&L (lucros e perdas) das empresas.
Liderança que transforma cultura e mercado
Dessa forma, a inclusão equilibrada de homens e mulheres no empreendedorismo e em posições estratégicas transforma o mercado e as empresas em três dimensões principais:
Cultura organizacional: ambientes mais colaborativos, com maior engajamento de equipes e possibilidade de menor turnover.
Governança: decisões mais plurais e capacidade ampliada de identificar riscos e oportunidades em contextos complexos.
Inovação e mercado: produtos e serviços mais conectados à diversidade dos consumidores, aumentando a relevância das marcas e sua capacidade de expansão.
Casos concretos reforçam esse impacto. O Conselheiras, fundado por Sandra Comodaro, já conecta cerca de 2 mil mulheres C-levels e conselheiras em boards nacionais e internacionais, ampliando a voz feminina em espaços de decisão e fortalecendo a governança corporativa. Na WAP, Bruna Hadad liderou um processo de transformação premiado, em que inovação em processos e visão estratégica de gestão financeira resultaram em um crescimento expressivo, multiplicando por dez a receita da empresa.
Já na Netflix Brasil, Jéssica Sandin conduziu iniciativas de atração e desenvolvimento de talentos que incorporaram diversidade e inclusão à estratégia da marca que é uma das maiores do entretenimento global; experiência que hoje também compartilha em palestras voltadas a diferentes setores pelo Brasil. Esses exemplos mostram que diversidade e liderança feminina não são apenas teoria, mas estratégias com impacto organizacional e resultados mensuráveis.
O que está em jogo para a indústria moveleira
Para a indústria de móveis, marcada também por criatividade e design, além de exposta à pressão da concorrência internacional, a pauta é estratégica. Equipes diversas tendem a ampliar a leitura de tendências de consumo, enriquecem o processo criativo e resultam em produtos mais aderentes a diferentes perfis de clientes.
Além disso, grandes compradores internacionais e investidores estão cada vez mais atentos a critérios de ESG (ambiental, social e de governança). Empresas que apresentam indicadores claros de diversidade e inclusão tendem a ter maior acesso a mercados e melhores condições de negociação.
No médio e longo prazo, portanto, diversidade não é custo: é diferencial competitivo.
Um debate essencial no Congresso Moveleiro
Ao trazer o tema para o palco principal, o Congresso Moveleiro 2025 reforça que competitividade não se resume, portanto, apenas à tecnologia ou à eficiência produtiva. Envolve também a capacidade de construir ambientes de trabalho mais plurais, formar lideranças diversas e alinhar a indústria moveleira às transformações sociais que já moldam a economia global.
Mais do que um princípio ético, trata-se de uma estratégia de negócios com impacto direto no valor da marca, bem como na sua forma de pensar, se organizar, produzir e comunicar.
📌 O 12º Congresso Nacional Moveleiro ocorre nos dias 1º e 2 de outubro de 2025, em Curitiba (PR).
As inscrições são gratuitas e estão abertas: fiepr.org.br/congresso-moveleiro.
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Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
Assessoria de Imprensa: press@abimovel.com