Parceria entre Sima e Apex-Brasil impulsiona vendas de Arapongas para o mercado externo
RENAN VALLIM | ARAPONGAS
Nos últimos três anos, a participação do polo moveleiro nas exportações de Arapongas aumentou 60%. Este é o reflexo de uma ‘reinvenção' pela qual o setor passou a partir da crise econômica nacional de 2013, quando as empresas começaram a buscar novos parceiros comerciais fora do país. Um dos impulsionadores deste movimento é a parceria entre o Sindicato da Indústria Moveleira de Arapongas (Sima) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que vê ainda um grande potencial a ser explorado.
O polo moveleiro de Arapongas é composto por cinco municípios principais: Apucarana, Califórnia, Rolândia e Sabáudia, além da cidade-sede. No total, mais de 12 mil pessoas trabalham nas 527 indústrias da região. Ao longo dos 50 anos de existência, ele sempre foi voltado quase que totalmente para suprir as demandas do mercado interno. Esta situação começou a mudar há alguns anos, quando a economia local desaqueceu e as empresas precisaram buscar novos compradores.
“O setor tem evoluído a passos largos, alcançando mercados que antes não eram nem cogitados. Hoje, os móveis produzidos em Arapongas podem ser encontrados em todos os lugares do mundo. Vimos que nosso produto tem qualidade e competitividade no exterior e estamos prontos para ganhar ainda mais mercado lá fora”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (Sima), Irineu Munhoz.
O fortalecimento das exportações fica claro nos dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, relativos ao município. Em 2016, foram US$ 33,1 milhões movimentados através da exportação de móveis e estofados. No ano seguinte, alta de 23%, chegando a US$ 40,8 milhões. Em 2018, foram negociados US$ 37,9 milhões.
A participação nas exportações do município também aumentou. Em 2016, móveis correspondiam a 44% do total exportado por Arapongas. Em 2017, o número para 64%. Em 2018, chegou a 70%.
Uma das empresas que tem se consolidado no exterior é a Albatroz Móveis. Criada em 1986, ela tinha exportação inexistente até dois anos atrás. Com a crise econômica brasileira, ela precisou buscar novos negócios. Hoje, as exportações representam 15% do faturamento total da empresa, destaca Renato Sobrinho, gerente de exportações da empresa.
“Hoje, temos negócios em 25 nações diferentes, na América, Europa, África e Ásia. De 2017 para 2018, aumentamos em 170% nosso volume de exportações. Em média, exportamos 20 mil peças por mês”, diz.
Esta alta forçou a empresa a criar mais um turno de trabalho. Com isso, o quadro de funcionários, que era de 110 trabalhadores em 2016, já ultrapassou os 150. “Nosso sucesso se dá por conta da nossa capacidade de adaptação aos diferentes mercados do exterior. Soubemos entender as demandas de cada país, flexibilizar a linha de produção e criar móveis para atender estes clientes. Para 2019, queremos aumentar nossos números em pelo menos 50%”, explica Renato.
REGIÃO TEM ALTO POTENCIAL
A parceria entre o Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (Sima) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) foi um dos propulsores do aumento das exportações, como afirma Flávia Egypto, gerente de Exportações de Indústria e Serviços da agência.
“A parceria funciona por meio das ações de promoção comercial no âmbito do projeto ‘Brazilian Furniture’, com a realização de feiras comerciais no exterior, rodadas de negócios no Brasil, missões comerciais em mercados-alvos, dentre diversas outras iniciativas. Um bom exemplo do apoio que a Apex-Brasil tem dado é a realização de um Projeto Comprador durante o Congresso Moveleiro de 2018, quando trouxemos 45 compradores internacionais que realizaram mais de 1,5 mil reuniões de negócios com as 65 empresas participantes, movimentando US$ 16,4 milhões em vendas”, afirmou ela.
Segundo ela, o Paraná ainda pode crescer muito em exportações moveleiras. “O potencial de exportação do Paraná é enorme e a Apex-Brasil, através de parcerias com diversos órgãos, tem buscado explorar a capacidade produtiva do estado.” Importante destacar que o Paraná é o segundo estado nacional em número de empresas fabricantes de móveis, respondendo por 13,7% do total nacional, atrás apenas de São Paulo, líder e responsável por 18,7% de empresas brasileiras.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte | Edição de Terça-feira, 08 de janeiro de 2018.