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Condições financeiras da indústria pioram e preocupação com juros cresce no 2º trimestre

A indústria brasileira enfrentou um segundo trimestre desafiador em 2025, com piora nas condições financeiras das empresas e aumento na preocupação com o custo do crédito. A elevação das taxas de juros, que já figurava entre os principais entraves ao setor produtivo, subiu da terceira para a segunda colocação no ranking de principais problemas apontados pelos empresários industriais — ficando atrás apenas da carga tributária elevada. A conjuntura financeira adversa tem limitado a margem de manobra das empresas, com impacto direto nos investimentos e na manutenção de empregos.

Os dados mais recentes da CNI mostram que, em junho, a produção industrial e o nível de emprego apresentaram queda. O índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos — abaixo da linha dos 50 que indica estabilidade — revelando retração mais intensa do que a registrada em junho do ano passado. Já o índice de evolução do número de empregados ficou em 49,1 pontos, também indicando queda, em contraste com a estabilidade observada em 2024. Ainda assim, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) manteve-se em trajetória positiva, avançando para 71% em junho, acima dos níveis registrados no mesmo período de 2024 e 2023.

Apesar desse sinal de resiliência na capacidade instalada, os estoques voltaram a recuar. O índice de evolução dos estoques de produtos acabados caiu para 49,6 pontos em junho, enquanto o índice de estoque efetivo em relação ao planejado também recuou para 49,7 pontos. Com isso, o setor volta a trabalhar com estoques abaixo do planejado, o que pode sinalizar desequilíbrios na cadeia de suprimentos e contribuir para o clima de cautela entre os industriais. As expectativas para os próximos meses também arrefeceram, com queda na intenção de investir, mantendo o índice abaixo dos níveis registrados no fim de 2024.

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