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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (23) a maior ampliação do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) desde a criação do bloco em 2009. Foram convidados a ingressar Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.
Com isso, o grupo passa a ter 11 membros, com forte presença no Oriente Médio e reforça nas representações na África e América Latina.
Assim, o Brics passa a ter um alcance combinado de 35% do PIB mundial em paridade do poder de compra, além de 46% da população do globo, permanecendo aberto para ampliações futuras. A participação do G7 (bloco das economias mais industrializadas) no PIB mundial, por exemplo, é de 33%, também em paridade do poder de compra.
Nas negociações sobre a expansão, a China atuou para abrir o Brics a praticamente todos os países que manifestaram interesse em entrar. Nessa demanda, Pequim teve apoio da Rússia e da África do Sul. Brasil e Índia, do outro lado, defenderam uma expansão controlada, sob o argumento de que era preciso estabelecer critérios para a escolha das nações que seriam admitidas. Para concordar com a ampliação, o principal esforço da diplomacia brasileira foi tentar alcançar algum tipo de compromisso da China de apoio à reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Na ocasião, ainda, empresários dos cinco países, incluindo o Brasil, entregaram documento com prioridades para os chefes de Estado. A comitiva brasileira, que estava em Joanesburgo, na África do Sul, elencou dez prioridades. Veja aqui:
- Estabelecimento de acordo multilateral de serviços aéreos, considerando que os acordos bilaterais que já existem são restritivos para o transporte aéreo;
- Colaboração para o desenvolvimento de fertilizantes inteligentes, biofertilizantes e fertilizantes minerais, e de padrões para certificação de fertilizantes ecoeficientes;
- Desenvolvimento de padrões para 50 qualificações futuras, permitindo unificar critérios para competições internacionais e programas de treinamento entre os países;
- Criação de um fundo para financiar projetos de energia limpa no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB);
- Cooperação para o desenvolvimento de infraestrutura digital que aumente a conectividade, inclusive em áreas remotas dos países do BRICS;
- Desenvolvimento de programas de competências digitais para meninas e mulheres;
- Elaboração de carteira de projetos prioritários de infraestrutura nos países do BRICS para aumentar a visibilidade de financiamento;
- Desenvolvimento de rotas comerciais com investimentos em portos de pequeno porte, ferrovias e transporte marítimo de curta distância, para diminuir a pegada de carbono;
- Criação de plataforma de colaboração entre governo, setor privado e academia para buscar soluções para novos problemas de infraestrutura;
- Harmonização de padrões de regulação para produtos manufaturados, para facilitar a incorporação nas cadeias de valor.
( * ) Com informações da Folha de São Paulo e da CNI