Pressionado por alimentos, o índice oficial de inflação no Brasil começou 2022 com alta de 0,54% em janeiro, informou na quarta-feira (09) o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Trata-se do maior resultado no mês para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em seis anos. Ou seja, desde janeiro de 2016 (1,27%), quando a economia do País atravessava período de recessão.
A variação de 0,54% veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 0,55%.
O resultado até sinaliza uma desaceleração frente a dezembro de 2021, quando o avanço havia sido de 0,73%, mas o IPCA segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses.
A alta acumulada até janeiro chegou a 10,38%, a maior desde novembro de 2021 (10,74%). No recorte dos 12 meses até janeiro, a taxa é a mais elevada desde 2016 (10,71%).
O IPCA está distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O centro da medida de referência neste ano é de 3,50%. O teto é de 5%.
De acordo com analistas, o índice deve estourar a meta em 2022. Se a estimativa for confirmada, será o segundo ano consecutivo de descumprimento. Em 2021, o avanço do IPCA até dezembro foi de 10,06%.
Para tentar conter a inflação, o BC vem subindo a taxa básica de juros, que alcançou 10,75% na semana passada. O efeito colateral da Selic mais alta é inibir investimentos produtivos na economia, já que as linhas de crédito ficam mais caras no país. A redução de investimentos, por sua vez, ameaça a geração de empregos e a retomada econômica.
( * ) Com informações da Folha de São Paulo