
A economia brasileira iniciou o terceiro trimestre de 2025 em ritmo fraco, após um segundo trimestre aquém das expectativas. O IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, registrou queda de 0,53% em julho, refletindo o recuo da indústria e do varejo. Apesar de uma leve recuperação da produção industrial em agosto, outros indicadores — como o fluxo de cargas, o consumo de energia e o licenciamento de veículos — seguem apontando perda de fôlego na economia, especialmente nos segmentos mais dependentes de crédito, como móveis, eletrodomésticos e veículos.
Economistas, porém, acreditam que medidas fiscais recentes podem amenizar esse quadro. O pagamento de precatórios e o aumento de gastos discricionários do governo tendem a injetar recursos na economia entre agosto e outubro, com impacto direto no consumo das famílias. Segundo estimativas do Itaú Unibanco e do Santander, o efeito desses estímulos pode acrescentar até 0,2 ponto percentual ao PIB do trimestre, ajudando a sustentar um crescimento próximo à estabilidade — entre 0,2% e 0,4% em relação ao segundo trimestre.
O cenário, segundo analistas, é de pouso suave da atividade econômica, sustentado por um mercado de trabalho ainda aquecido e pela queda gradual da inflação. Para setores ligados ao consumo doméstico — como o moveleiro, um dos mais sensíveis ao crédito —, o desafio é equilibrar a desaceleração das vendas com o possível alívio trazido pelos estímulos fiscais e pela retomada gradual da confiança das famílias até o fim do ano.
(*) Com informações do Valor Econômico