
Dinheiro pode servir para diversificar clientela e adaptar plantas industriais, não só para capital de giro
As empresas que acessarem a linha de crédito de R$ 30 bilhões liberada pelo governo Lula para enfrentar o impacto do tarifaço do governo Donald Trump poderão usar o dinheiro também para novos investimentos.
O secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Uallace Moreira, diz que a linha não está restrita ao capital de giro (valor necessário para a empresa funcionar) e que investimentos poderão ser feitos em diversificação produtiva para a busca de novos clientes em outros mercados.
“Vai permitir que todas as empresas tenham um programa estratégico de diversificação de mercado”, diz o secretário da pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo ele, esse ponto ainda é pouco conhecido pelas empresas, principalmente as médias e pequenas que exportam para o mercado norte-americano.
A busca de novos mercados para venda dos produtos brasileiros faz parte da linha de ação do governo para enfrentar os efeitos da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Moreira chama atenção para a importância do FGCE (Fundo Garantidor do Comércio Exterior) para ampliar o alcance das operações de empréstimo aos exportadores.
Criado em 2012, o fundo nunca recebeu aportes. Agora, será capitalizado em R$ 1,5 bilhão pelo Tesouro Nacional para começar, na prática, a funcionar com a gestão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) dando suporte ao FGE (Fundo de Garantia à Exportação).
O início da liberação do crédito ainda depende de algumas etapas, como a regulamentação de medidas, a aprovação do projeto de lei complementar apresentado pelo petista e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (BA), além da aprovação pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) dos valores das taxas de juros subsidiadas das operações.