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Com novo acordo de mais de R$ 27 bilhões, Brasil amplia parceria com a China, mas setor industrial segue atento ao cenário global 

Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Seminário Empresarial China-Brasil, realizado em Pequim, marcou uma nova fase na relação entre os dois países, com o anúncio de mais de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil. O movimento sinaliza um aprofundamento da cooperação bilateral em áreas estratégicas como energia renovável, indústria, saúde e tecnologia. Ao mesmo tempo, no entanto, lideranças da indústria brasileira acompanham com cautela os efeitos das discussões comerciais entre China e Estados Unidos, que podem gerar impactos significativos nas cadeias produtivas e no comércio internacional, como alertou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.

Durante o evento na China, foram detalhados aportes relevantes de empresas como GWM, Meituan, CGN e Envision, além de parcerias privadas nos setores de bioenergia, biotecnologia e inteligência artificial. A Agência Brasileira de Promoção De Exportações e Investimentos (ApexBrasil) também firmou acordos com o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) e com o grupo estatal China Media Group (CMG), reforçando o papel da China como destino estratégico para produtos brasileiros e fonte de novos investimentos. A agenda da comitiva brasileira se estende por cidades como Nanjing e Xangai até o dia 21 de maio, com foco em segurança alimentar, sustentabilidade e promoção comercial.

Enquanto estreita laços com a China, o Brasil também debate seu papel em um cenário geopolítico mais fragmentado. Em Nova York, Ricardo Alban destacou que o avanço comercial chinês no início de 2025 e a postura mais crítica adotada pelos EUA exigem atenção. Para ele, o país precisa se posicionar com pragmatismo, apostando em uma política industrial robusta e sustentável, que aproveite as vantagens competitivas brasileiras frente ao país asiático. Alban reforçou ainda a urgência da reforma tributária e a revisão da política de juros como passos essenciais para fortalecer a capacidade produtiva e afirmar o Brasil como ator relevante na economia verde global.

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