O Índice de Confiança do Empresário Industrial no setor recuou para abaixo dos 50 pontos; por outro lado, a Utilização da Capacidade Operacional é a maior da série histórica iniciada em 2012
A recente edição da Sondagem da Indústria da Construção, publicada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), evidenciou uma crescente preocupação no setor devido ao aumento da taxa de juros, apontado por 34,1% dos empresários da área como o principal obstáculo no quarto trimestre de 2024. Este aumento, significativamente maior em relação ao trimestre anterior, reflete diretamente nas condições de financiamento para a compra de imóveis e lançamento de novas unidades.
A dificuldade no acesso ao crédito, além de problemas como a falta de mão de obra qualificada e alta carga tributária, também foram destacados, influenciando negativamente o índice de satisfação com o lucro operacional e as perspectivas de investimento.
O setor da construção, sensível às variações de política monetária, também sofreu com o recuo no índice que mede a evolução dos preços de insumos e matérias-primas, o qual apresentou um aumento, pressionando ainda mais os custos operacionais. O Índice de Confiança do Empresário Industrial da construção recuou para abaixo dos 50 pontos pela primeira vez desde janeiro de 2023, sinalizando uma falta de confiança que pode comprometer novos empreendimentos e a demanda por produtos correlatos, como os do setor moveleiro. Este último, embora não diretamente citado na sondagem, é naturalmente impactado por essas condições, dado que o mobiliário é essencial para novas habitações e renovações.
Apesar desses desafios, alguns indicadores mantêm uma perspectiva de estabilidade, como a Utilização da Capacidade Operacional que se manteve em 67%, o maior valor para dezembro desde o início da série histórica em 2012. Esse fator, aliado a uma leve melhoria nas expectativas de compras de insumos e número de empregados para o começo de 2025, sugere que o setor pode estar se ajustando às condições atuais.
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