A CNI (Confederação Nacional da Indústria) considera acertada a decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual. O presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, expressa que, desde que a inflação permaneça sob controle nos próximos meses, é essencial que ocorram cortes mais substanciais na Selic nas próximas reuniões. Antes da decisão, a taxa de juros estava consideravelmente acima da taxa neutra, que não afeta a atividade econômica.
Andrade afirma que a medida foi acertada pois não prejudica o combate à inflação e evita um declínio mais acentuado na indústria e na economia, destacando as expectativas de inflação em queda e a valorização da taxa de câmbio nos últimos meses como fatores positivos para o controle da inflação.
A elevada Selic tem impactado negativamente a atividade econômica em 2023. A produção industrial caiu 1,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e o setor de serviços teve uma queda de 2% em maio em relação a dezembro de 2022.
Os efeitos da alta Selic também se refletem no mercado de crédito, com uma queda de 5,2% nas concessões de crédito às empresas no primeiro semestre de 2023, e um aumento na inadimplência, afetando a oferta de crédito.
A indústria defende a continuação da redução da Selic, enfatizando a necessidade de coordenação entre política monetária e política fiscal. A CNI e entidades setoriais parceiras, como a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), esperam que o Congresso aprove um novo arcabouço fiscal em breve, que estabilize a dívida pública sem aumentar a carga tributária, contribuindo assim para a redução da taxa básica de juros.
A queda das expectativas de inflação nos últimos meses, juntamente com os indicadores favoráveis, fortalece a argumentação para a continuação do ciclo de redução da Selic.