Apesar da ainda baixa representatividade do Oriente Médio no total exportado pela indústria brasileira de móveis e colchões, a participação de países como os Emirados Árabes Unidos vem crescendo ao ritmo que se estreitam as relações entre empresas brasileiras e compradores desses mercados. O que vem sendo incentivado, sobretudo, por meio de ações como as Missões Comerciais, Projetos Compradores e participações em eventos locais sob a promoção do Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Em 2022, por exemplo, o Brazilian Furniture levou dezenas de empresas associadas para Missão Comercial durante a Expo Dubai, que resultou em mais de US$ 2,8 milhões em negócios imediatos e US$ 15,6 milhões em negociações prospectadas para os 12 meses subsequentes apenas a partir das reuniões organizadas por lá.
Mercado de móveis nos Emirados Árabes Unidos
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) apresentam um PIB (Produto Interno Bruto) em expansão corrente, bem como uma população também crescente e peculiaridades que fazem do mercado um destino bastante atrativo em especial para marcas de móveis de alto luxo, além daqueles voltados para ambientes corporativos e de hospitalidade.
A pandemia, é verdade, abalou o setor hoteleiro e, consequentemente, o do mobiliário na região, com uma queda de 3,4% na produção interna de móveis entre 2017 e 2021 (período analisado para a realização deste conteúdo). Por outro lado, as importações de móveis e colchões para o país aumentaram em 25% ao longo de igual período. Somente no ano de 2021, os Emirados Árabes Unidos importaram 419 mil toneladas de móveis prontos e colchões.
A continuidade da entrada de imigrantes, atraídos pelo crescimento e as oportunidades de negócios na região, é outro traço marcante: menos de 20% da população é nativa. Nesse contexto, revela-se um perfil de consumidores exigente, em busca de produtos de qualidade e com design integrado.
Dubai, cidade mais popular e centro financeiro dos Emirados Árabes Unidos, responde por cerca de 30% de todo o consumo de bens luxuosos no Oriente Médio. Diante disso, o preço não é um fator decisivo para os consumidores locais. Segundo a agência de marketing Worldbank, os consumidores dos Emirados Árabes Unidos realizam gastos expressivos para a aquisição dos seus bens e possuem expectativa alta em relação aos produtos, o que torna complexo e desafiador o trabalho para conquistá-los.
Dessa forma, apesar de ser um mercado atraente para empresas do setor que buscam expansão internacional, o ambiente mercadológico por lá apresenta alto nível de competitividade e exige um pouco mais de experiência do exportador.
“Devido à grande demanda por móveis, muitos produtores e varejistas surgiram para atender uma mesma faixa de clientes em uma mesma região. Essa disputa entre produtores e varejistas ocorre tanto em níveis de qualidade do produto como no insumo utilizado para a sua fabricação. Na tentativa de promover os produtos e, consequentemente, o seu consumo, as empresas investem altas quantias em marketing e nos mais diversos canais de divulgação”, analisa a equipe do IEMI, responsável pela elaboração do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras do Setor – Edição Emirados Árabes Unidos” com exclusividade para os associados do Projeto Setorial Brazilian Furniture.
Exportações brasileiras de móveis e colchões para os EAU
Entre 2006 e 2021, o Brasil exportou cerca de US$ 60,3 milhões em móveis e colchões para os Emirados Árabes Unidos. Período em que houve um crescimento de 57%. Com as exportações brasileiras do setor para o país, portanto, saltando de US$ 6,9 milhões em 2017 para US$ 10,8 milhões em 2021. Cifra que simbolizou um crescimento de 109,8% no comparativo com 2017, e de 85,8% de alta no ano de 2021 em relação a 2020.
Em volume, também no ano de 2021, o Brasil exportou 8,7 mil toneladas em móveis e colchões para os Emirados Árabes Unidos. Crescimento de 106% em relação a 2017, e de 74% quando comparado ao ano anterior. É expressiva a participação dos móveis de madeira (escritório, dormitório e outros) na pauta exportadora brasileira. Em 2021, esses produtos representaram 98% do montante exportado pela indústria nacional para os EAU.
Dados preliminares do fechamento de 2022 apontam para novo crescimento no ano passado, tanto em volume como em receita. Veja na tabela abaixo:
Relações bilaterais Brasil – EAU
Ressalta-se, ainda, que as relações bilaterais entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos vêm sendo cada vez mais fortalecidas tanto no âmbito político como no comercial. Desde 2008, aliás, os Emirados Árabes Unidos se mantêm como o segundo maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio. Além disso, as economias brasileiras e emiradense possuem alto grau de complementaridade entre seus setores.
No ano passado, vale lembrar, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a FCCI (Federação das Câmaras de Comércio e Indústria dos Emirados Árabes Unidos) instituíram o “Conselho Empresarial Emirados Árabes Unidos-Brasil” para intensificar o comércio e investimentos entre os dois países — relembre aqui.
“A partir do que foi apresentado é possível concluir que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a curto e médio prazo, ou seja, de três a cinco anos, de US$ 1,3 milhões em suas exportações de móveis e colchões para os Emirados Árabes. Podendo, assim, atingir um patamar de US$ 12,1 milhões, isto é, um crescimento de 12%. Com a condicionante, para tal, de manutenção das ações em andamento, em especial as que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, conclui o estudo.
Dados e indicadores
As informações são do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Emirados Árabes Unidos”, desenvolvido com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture.
Parte de uma série de relatórios de inteligência comercial e competitiva organizadas pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o estudo tem por referência dados estatísticos atualizados e projetados a partir de consultas a uma extensa lista de fontes oficiais, nacionais e internacionais.
A versão completa do estudo, com análises e indicadores estratégicos, está disponível com exclusividade para associados do Brazilian Furniture na área restrita do site do projeto: brazilianfurniture.org.br/intranet/.
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