Inflação na indústria nos sete primeiros meses de 2021 já ultrapassa acumulado do ano passado e é a maior de toda a série histórica

Os preços da indústria no Brasil, ou seja, a variação dos preços de produtos na porta da fábrica, subiram 1,94% na passagem de junho para julho de 2021. Resultado que representa a maior variação dos últimos três meses. Com isso, o acumulado no ano atingiu 21,39%, recorde em toda a série histórica, iniciada em dezembro de 2014.

Em apenas sete meses, o indicador já é maior do que o acumulado em todo o ano passado, quando os preços ao produtor aumentaram 19,38%. O acumulado em 12 meses, +35,08%, também está entre os quatro maiores da série. Os dados são da pesquisa do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A pesquisa mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 20 tiveram variações positivas em julho. A maior influência no índice veio de alimentos (0,49 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,32 p.p.), indústrias extrativas (0,27 p.p.) e metalurgia (0,27 p.p.).

Na indústria de móveis, a evolução dos preços de junho para julho seguiu a tendência geral, com salto de 1,61%. Mais alto do que a variação na passagem de maio para junho, que foi de 0,91%. Dessa forma, o crescimento nos preços de produtos para a fabricação de móveis no Brasil já é de 11,47% no acumulado do ano (janeiro a julho) e de 29,28% nos últimos 12 meses.

Números influenciados, sobretudo, pelas condições do comércio internacional e as altas acumuladas no mercado de commodities. Os responsáveis pelo IPP destacam, ainda, os efeitos da depreciação cambial corrente, após dois meses de apreciação, provocando um aumento do montante em reais (R$) recebido pela venda de produtos cotados em moeda estrangeira em toda a indústria. 

*Com informações do IBGE