Conjuntura de móveis: indústria moveleira mantém posicionamento frente aos desafios de 2022

Após avanço de 11,5% em março sobre fevereiro de 2022, houve desaceleração na indústria moveleira no início do segundo trimestre do ano: -8% no volume produzido em abril sobre o mês anterior, atingindo o montante de 28,3 milhões de peças.

Já no acumulado dos primeiros quatro meses, a produção de móveis registrou queda de 24,9%. Isso, na comparação com igual período do ano anterior, quando o setor vivia um dos momentos de maior aquecimento da história, sob influência de questões tais quais o isolamento social e a injeção de recursos emergenciais na economia brasileira.

Com isso, a indústria de móveis nacional volta a um patamar bastante similar ao do primeiro quadrimestre de 2019, ano pré-pandemia, demonstrando estabilidade mesmo após os fortes impactos negativos causados pela disrupção na cadeia de suprimentos global frente ao aumento expressivo na demanda por móveis nos dois últimos anos

Volume produzido em milhões

Nesse cenário, o consumo interno aparente, ou seja, o disponível no mercado interno, foi de 26,9 milhões de peças em abril de 2022. O que representa uma diminuição de 9,1% em relação ao mês anterior. No acumulado no ano registrou-se queda de 25,9% em relação ao mesmo período no ano passado. 

Em faturamento, a receita da indústria de móveis alcançou o montante de R$ 5,4 bilhões em abril deste ano, número 8,2% inferior ao conquistado em março. De janeiro a abril houve queda de 15,4% e nos últimos doze meses o recuo é de 16,8%.

Confiança cresce na indústria

Apesar da sensibilidade do momento, com fatores conjunturais (econômicos, políticos e sociais) que influenciam o consumo e a produção em todos os setores, incluindo o moveleiro, além da própria base comparativa bastante forte em relação a igual período no ano passado, a indústria brasileira vem se mostrando otimista, com o Índice de Confiança do Empresário Industrial, medido pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, fechando o primeiro semestre em 57,8 pontos, o maior patamar desde outubro de 2021. 

Ressaltando-se, sobretudo, o aumento da satisfação em relação à situação presente dos negócios, além de avaliações muito positivas quanto à demanda externa, segundo os responsáveis pela pesquisa.  

As exportações brasileiras de móveis e colchões, aliás, registraram receita de US$ 66,6 milhões em abril de 2022, aumento de 7,8% em relação ao mês anterior. No mês seguinte, maio, houve aumento de 10,2% sobre abril, com as exportações atingindo US$ 72,7 milhões no quinto mês do ano

Já a participação dos importados no consumo aparente nacional continua baixa, confirmando a solidez da indústria nacional também no mercado interno, tendo ficado em 1,5% em abril de 2022. Verificando-se um acúmulo de 2,9% no quadrimestre.

O Brasil, aliás, importou cerca de US$ 8,7 milhões em móveis e colchões em abril de 2022, recuo de 45% na comparação com o mês anterior. Já em maio, as importações apresentaram alta de 11,9%, atingindo o montante de US$ 9,7 milhões.

Varejo de móveis no Brasil

No comércio varejista, as vendas, em volume de peças, apresentaram queda de 5,5% em abril no comparativo com março. No acumulado de janeiro a abril, por sua vez, o indicador registrou uma variação, também negativa, na ordem de 3,1%. Dessa forma, nos últimos doze meses o recuo chega a 7%, mais uma vez em relação a uma base comparativa expressiva no ano passado.

Em valores, as vendas registraram baixa no comparativo com o mês anterior (-4%), mas o faturamento ainda é superior ao observamos tanto o acumulado de janeiro a abril (+10,5%) como o dos últimos 12 meses (+4,5%).

Os preços do mobiliário no mercado nacional acompanham o aumento no faturamento: +10,12% na soma do primeiro quadrimestre, segundo o  IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Veja a evolução abaixo:

Veja agora um resumo dos principais indicadores do setor moveleiro em abril e maio de 2022

CONJUNTURA DE MÓVEIS

Os relatórios mensais intitulados “Conjuntura de Móveis” são concebidos para facilitar o monitoramento da ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário e seus associados em relação ao desempenho do mercado de móveis e colchões no Brasil.

Para tanto, são examinados mensalmente os percentuais de evolução da produção física, pessoal ocupado, média salarial, produtividade do setor, importações e exportações, vendas do varejo de móveis, inflação e aquisição de máquinas, conforme os últimos dados disponíveis em diferentes fontes oficiais de consulta do IEMI – Inteligência de Mercado.

A Conjuntura está disponível na área aberta do site da entidade. Para acessar e baixar o relatório em PDF é só clicar sobre o link.

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Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
Imprensa: press@abimovel.com