Comunicado ainda traz panorama dos resultados acumulados nos últimos cinco anos e projeções para o setor
Em meio a grandes perdas e transformações na vida e nos negócios, o setor moveleiro foi, sem dúvida, um dos mais influenciados pelo isolamento social, que exigiu respostas rápidas e ágeis para situações nunca vividas em nossa geração. Enquanto o aspecto humano foi e continua sendo nosso maior patrimônio e preocupação, inevitáveis, porém, são os questionamentos sobre o futuro da indústria de móveis neste novo e bem-vindo cenário que se constrói no processo de “retorno à normalidade”.
Apesar de um ano ainda bastante atípico, o comportamento e os resultados do mercado em 2021, abrem caminho para entendermos um pouco melhor sobre o que podemos esperar do setor, da indústria e da economia nacional no cenário pós-pandemia.
Desaceleração, estagnação ou queda? Para compreendermos o momento atual, desenhando perspectivas e oportunidades para os próximos anos, a ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário compartilha em primeira mão o balanço com dados preliminares da indústria brasileira de móveis e colchões em 2021, além de projeções para o setor até 2023, com base em indicadores levantados com exclusividade pelo IEMI – Inteligência de Mercado junto a fontes oficiais.
Olho no passado com foco no futuro
Para construir nossa linha do tempo, porém, primeiro é preciso olharmos rapidamente para o passado. A indústria moveleira fechou 2020 com queda de 1,35% no volume de peças produzidas em relação a 2019 (pré-pandemia). Número subliminar, que na verdade revelou uma recuperação surpreendente ao relembrarmos o panorama de quedas abruptas, que passaram de 60%, vivenciado entre os meses de março e maio do ano passado. Com o setor alcançando uma fenomenal recuperação a partir do boom na procura por móveis na segunda metade de 2020.
Em valores nominais, aliás, a produção de móveis e colchões no Brasil alcançou mais de R$ 71,4 milhões no ano passado, uma expansão de 2,2% em receita sobre 2019. Representando, portanto, ganho, apesar do recuo no número de peças produzidas.
Neste cenário histórico para o setor, em que os consumidores voltaram a atenção para o lar e o mobiliário durante o isolamento social, as expectativas para 2021 eram incertas, especialmente diante dos desajustes provocados pela pandemia nas economias e cadeias de abastecimento. Com os problemas mais significativos entre as indústrias de móveis e colchões estando relacionados à escassez e aos aumentos excessivos nos preços de matérias-primas e insumos, além de graves entraves logísticos (marítimo e aéreo).
Questões que, somadas à influência da variação cambial (alta do dólar americano e desvalorização do real brasileiro), bem como o retorno da inflação no País, aumentaram ainda mais os preços de produção e, por consequência, o valor final de nossos produtos no varejo. Tais fatores levantaram “sinais de alerta” em relação ao reajuste das massas salariais dos consumidores e o poder de compra deles, sinalizando uma variação na desaceleração da demanda por móveis neste ano.
Balanço da indústria moveleira aponta crescimento em 2021
De fato, observamos números menos aquecidos ao longo de 2021, porém, distribuídos de maneira mais estável durante todos os meses, diferente do ano passado. Dessa forma, a indústria brasileira de móveis e colchões não só recuperou o volume perdido, como apresentou crescimento de 2,71% no volume de peças produzidas neste ano sob 2020: 443,23 milhões de peças fabricadas no total.
Em receita, o aumento foi de aproximadamente 9,28%, totalizando mais de R$ 78 milhões. Resultados não só superiores aos do ano passado, mas também aos de anos anteriores, no período de 2016 a 2020. Demonstrando, assim, o foco, o posicionamento e a continuidade do trabalho da indústria do mobiliário ao longo deste ano. Veja na tabela abaixo:
Emprego e investimentos no chão de fábrica
Diante de tal cenário, a indústria moveleira registrou saldo positivo de vagas de trabalho durante o ano, indo na contramão da economia nacional. Segundo dados levantados pelo IEMI, com base em dados junto a fontes oficiais, para a ABIMÓVEL, o crescimento do emprego na indústria moveleira foi de 2,66% em 2021 frente a 2020. Número que se torna ainda mais interessante ao observarmos a evolução do emprego no setor nos últimos anos:
Resultados que apontam para uma conjuntura positiva e crescente, com o aumento da confiança do empresário industrial no setor moveleiro, que, além da mão de obra, vem investindo fortemente no melhoramento e modernização dos parques fabris. Os investimentos no setor saltaram de R$ 1,23 milhão em 2019 para mais de R$ 2,16 milhões em 2021. Quando comparamos com o ano passado, quando foram investidos cerca de R$ 785 mil — um dos piores desempenhos do indicador na série histórica —, o salto é ainda maior: +176%.
Exportações brasileiras de móveis e colchões crescem mais de 75% em 2021
Esta modernização e diversificação de nossas indústrias trazem impactos não só no consumo doméstico, como também colocam nossas empresas e produtos em sinergia com o mercado global. Entre todos os resultados positivos de 2021, surpreende a evolução das exportações no setor, que acumularam crescimento de 547,46% nos últimos cinco anos.
Comprovando, de tal maneira, uma evolução histórica na balança comercial de móveis, que cresceu 75,88% em volume em 2021 sobre 2020. Em receita, o aumento foi de 48,36%, totalizando US$ 932 milhões (FOB) em móveis e colchões exportados neste ano. Ritmo que, segundo as projeções divulgadas pela ABIMÓVEL, deverá se manter nos próximos dois anos, com expectativa de 6,05% e de 8,65% de crescimento no volume de móveis e colchões a serem exportados em 2022 e 2023, respectivamente.
Projeções para a indústria moveleira
O cenário de confiança no mercado interno e novas oportunidades no mercado global apontam para a manutenção dos bons números do setor nos próximos dois anos. Embora grande parte dos recursos financeiros dos consumidores voltem a ser canalizados para viagens, lazer e outros serviços, a adoção definitiva do home office ou mesmo do trabalho híbrido, bem como o bom momento que a construção civil atravessa no País, além, claro, das exportações, trazem possibilidades interessantes para toda a cadeia moveleira.
Nesse sentido, a estimativa é que o volume de produção de móveis e colchões continue crescendo: +2,11% em 2022 e +2,75% em 2023. O que deverá impactar positivamente também no volume de emprego no setor, com crescimento projetado de 2,05% no próximo ano e 2,88% no ano subsequente.
Quando o assunto são investimentos, porém, estima-se a reestabilização diante dos altos montantes aplicados em 2021. Com as fábricas sendo ampliadas nos últimos anos para um período de alta produção e desempenho a partir de 2022.
Nova gestão ABIMÓVEL 2022 / 2024
A ABIMÓVEL ressalta que chegamos não só ao fim de mais um ano, mas de uma gestão iniciada em 2019, com o orgulho de ter atuado de maneira ética e assertiva, valorizando o associativismo, na busca da união de interesses e esforços para o crescimento sustentado da cadeia produtiva madeira e móvel, especialmente frente a um momento tão sensível e atípico como o que vivenciamos nos últimos dois anos.
Um novo capítulo se inicia em 2022, sob a liderança do empresário Irineu Munhoz, o qual já fazia parte da direção da entidade, desenvolvendo um grande trabalho como vice-presidente, juntamente com outros importantes nomes de nosso setor, tais como André Guerra, Celso Theisen, Daniel Lutz, Álvaro Weiss, Claudio Muzi, Edgar Behne, Esther Schattan, José Agnelo Seger, Márcio Froehner, Mauro Schwartsburd, Iara Abade, Jaime Pfutzenreuter, Nereu Dilson Conzatti, Sérgio Luiz Braga, Áureo Barbosa, Luiz Rigoni, Luis Attílio Troes (em memória), entre outros, além da atual presidente, Maristela Cusin Longhi, que seguirá como presidente do conselho da entidade na gestão 2022/2024.
A ABIMÓVEL continuará, dessa forma, atuando direta e propositivamente em prol do fortalecimento da indústria e na melhoria do ambiente de negócios em nosso País, cientes de que entramos em um novo momento econômico, de transformações sociais e mercadológicas, que se apresentam como grandes possibilidades para a consolidação da sustentabilidade, das marcas e do design integrado à indústria, dos materiais e da originalidade do móvel brasileiro no mercado doméstico e global. “Seguiremos juntos e irmanados, observando as movimentações mundiais e, assim, atuando na construção de soluções e oportunidades”, ressalta a entidade.
Conheça a nova diretoria da ABIMÓVEL para a gestão 2022/2024:
PRESIDENTE
Irineu Munhoz (Caemmun – PR)
VICE-PRESIDENTE
José Agnelo Seger (Herval – RS)
Sérgio Luiz Braga (Artesofás – SP)
Edgar Behne (Marel – PR)
Túlio César Kock (Todeschini S/A – RS)
André Guerra (Tramontina S/A – PA)
Adeilton José dos Santos (Officina Moveis – PB)
José Lopes Aquino (Colibri – PR)
Marcos Aurélio Tudino (Majoka Móveis e Estofados – PR)
Márcio José Froehner (Móveis 3 Irmãos S/A – SC)
Celso Theisen (Grupo K1 – RS)
Mauro Pereira Schwartsburd (Decormade – PR)
Esther Cuten Schattan (Ornare – SP)
Bruno Inácio Henn (Móveis Henn – SC)
Cláudio Nogueira Alves (Líder – MG)
Elison Cattaneo Estrada (Móveis Estrela – PR)
DIRETOR TESOUREIRO
José Lopes Aquino (Colibri – PR)
DIRETOR SECRETÁRIO GERAL
Daniel Lutz (Móveis Serraltense – SC)
CONSELHO FISCAL
Daniel Lutz (Móveis Serraltense – SC)
Áureo Calçado Barbosa (Carolina Baby – MG)
Marcos Aurélio Tudino (Majoka Móveis e Estofados – PR)
PRESIDENTE DO CONSELHO
Maristela Cusin Longhi (Multimóveis – RS)
CONSELHO ADMINISTRATIVO
Cláudio Muzi (Flexform – SP)
Jaime Pfutzenreuter (Móveis James – SC)
DIRETORA-EXECUTIVA
Cândida Maria Cervieri
MÓVEIS: O NOSSO NEGÓCIO!
Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL